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Diretores fundadores

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Formado em Engenharia, Zelito Viana escolheu o cinema quando, em 1964, seu colega de turma, Leon Hirzman o convidou para trabalhar como produtor. Em junho de 1965 funda, com um grupo de jovens realizadores, entusiastas do movimento cinemanovista, Produções Cinematográficas Mapa Ltda, que depois atenderia pelo nome de Mapa Filmes do Brasil. Numa recente eleição da revista VEJA, dos dez maiores filmes brasileiros de todos os tempos, a MAPA é responsavel por dois deles : Terra em Transe de Glauber Rocha e Cabra Marcado para Morrer de Eduardo Coutinho. Além destes filmes, a Mapa produziu mais de duas dezenas de outros em parceira com alguns dos maiores Diretores de Cinema no Brasil como

Cacá Diegues, Walter Lima Jr. Paulo Cesar Saracenni, Roberto Pires, Julio Bressane, Carlos Alberto Prates Correia, Arnaldo Jabor, Paulo Alberto Monteiro de Barros, Betse de Paula, Joaquim Pedro de Andrade, David Neves, José Jofily e Daniel Filho.

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O cineasta, batizado como José Viana de Oliveira Paula, nasceu em Fortaleza, em 5 de maio de 1938. Filho de Francisco Anysio de Oliveira Paula e de Haydee Viana, Zelito tem a arte correndo nas veias da família: é irmão do comediante Chico Anysio (1931-2012) e da atriz e comediante Lupe Gigliotti. É tio da atriz e diretora Cininha de Paula, do roteirista e ator Bruno Mazzeo e dos comediantes Lug de Paula e Nizo Neto. Zelito casou-se em 1961 com a educadora Vera de Paula, com quem tem dois filhos, a diretora de cinema Betse de Paula e o ator Marcos Palmeira. Muitos dos filmes da Mapa Filmes representaram o país em importantes festivais e saíram premiados, como O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha, vencedor do Prêmio de Direção no Festival de Cannes. Ao longo das décadas, a Mapa já produziu comerciais, especiais para a TV aberta e mais recentemente, programas para canais por assinatura.

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Em 1970 Zelito passou para trás das câmeras e iniciou a carreira de diretor, com as comédias Minha Namorada com roteiro próprio, codireção de Armando Costa, e O Doce Esporte do Sexo (1971), que teve como protagonista seu irmão, Chico Anysio. O filme de época Os Condenados (1975), uma das suas mais importantes experiências como diretor, baseado no romance de Oswald de Andrade, conquistou o Prêmio de Melhor Diretor em Nova Dheli, na Índia, Salva de Prata em Portugal e foi selecionado para a Mostra New Films New Directors, no Festival de Nova York. Convidado por Roberto Farias, recém nomeado presidente da Embrafilme, Zelito participa ativamente na seleção de dezenas de filmes brasileiros, naquela que foi considerada a Era de Ouro do nosso cinema. Eleito Presidente da Abraci, foi um dos principais articuladores da obrigatoriedade de exibição de curta metragens brasileiros junto aos filmes estrangeiros. Em 1977 terminou o filme Morte e Vida Severina, que ganhou o Margarida de Prata, como Melhor Filme.

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Em 1979 Zelito lança o filme Terra dos Índios, dirige o programa de TV Chico Total e tornase diretor da Globo Vídeo, onde acabaria comandando, também, a transmissão do Desfile das Escolas de Samba de 1986 e 1987. Na Globo Vídeo Zelito foi diretor de Home Video e lançou este novo produto no mercado brasileiro. Zelito retorna ao cinema em 1985, com Avaeté – Semente da Vingança, que ganhou Medalha de Prata em Moscou, foi eleito o Melhor Filme no Festival de Tróia, em Portugal e no Primeiro Festival do Rio. O filme retrata a história verídica de uma tribo massacrada por uma expedição no Mato Grosso, em 1962. A ideia de fazer Avaeté surgiu quando Zelito realizava Terra dos índios, em 1978. O diretor afirma que sua vida mudou totalmente depois daquele filme e cita uma frase do antropólogo Darcy Ribeiro: Ninguém visita uma aldeia indígena impunemente.

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​Nos anos 1980, Zelito também dirige programas políticos relevantes para a Prefeitura do Rio de Janeiro (1984) e para a campanha de Roberto Freire para a Presidência da República, em 1989, na primeira eleição direta após o golpe de 1964.

 

Depois desses trabalhos, o cineasta volta a dirigir um filme com a cinebiografia Villa-Lobos - uma Vida de Paixão (2000). A produção é inspirada na vida e obra do maestro e compositor brasileiro. Villa-Lobos recebeu o Prêmio Golfinho de Ouro como Melhor Filme do Ano de 2000. Em 2009 Zelito lança o longa-metragem Bela noite para voar, sobre a vida do presidente Juscelino Kubistchek.

 

Em 2011, Zelito realiza o documentário Augusto Boal e o Teatro Oprimido, relembrando os feitos estéticos e éticos do dramaturgo e diretor teatral, morto em 2009.

 

Seu trabalho mais recente, A Arte existe porque a Vida não basta é um espetáculo em homenagem a Ferreira Gullar estreledo por Marco Nanini, com roteiro de Nelson Mota. Zelito Viana foi homenageado em inúmeros Festivais pelo conjunto de sua obra e tornou-se referência no cinema brasileiro.

 

Atualmente Zelito está desenvolvendo o longa Sedução, além de orientar os diferentes projetos da Mapa, que tornou-se uma premiadíssima produtora multimídia, atuando em todos os setores do audiovisual.

Zelito Viana

Glauber Rocha

Glauber Andrade Rocha foi um dos integrantes mais importantes do cinema novo, movimento iniciado no começo dos anos 1960. Com o princípio de "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", deu uma identidade nova ao cinema brasileiro. Cursou o primário em Vitória da Conquista e, em 1947, mudou-se com a família para Salvador.

 

Em 1957, Glauber entrou para a Faculdade de Direito da Universidade da Bahia, que cursou até terceiro ano. Com poucos recursos, filmou "Pátio", utilizando sobras de material de "Redenção", de Roberto Pires. Em 1958, trabalhou como repórter no Jornal da Bahia, assumindo depois a direção do Suplemento Literário.

 

Trabalhou na produção de "A Grande Feira", de Roberto Pires e de "Barravento", de Luiz Paulino dos Santos, filme que acabou dirigindo depois de refazer o roteiro. Finalizou "Barravento", no Rio de Janeiro, com Nelson Pereira dos Santos. O filme foi premiado na Europa e exibido no Festival de Cinema de Nova York. Em 1963, filmou "Deus e o Diabo na Terra do Sol", que concorreu à Palma de Ouro no Festival do Filme em Cannes do ano seguinte, perdendo para uma comédia musical francesa.

 

Em 1965, Glauber Rocha participou da fundação da Produções Cinematográficas Mapa Ltda, que depois atenderia pelo nome de Mapa Filmes do Brasil, junto com Zelito Viana, Walter Lima Jr. e outros. Filmou "Terra em Transe", que chegou a ser proibido, mas foi liberado sob algumas condições. Exibido no Festival de Cannes, o filme ganhou os prêmios Luis Buñuel e o da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica

 

Em 1969 "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" foi exibido no Festival de Cannes e Glauber ganhou o prêmio de melhor diretor. Além deste, o filme ganhou muitos outros prêmios importantes. Ainda na Europa, o cineasta recebeu dois convites para filmar. Um do produtor espanhol Pedro Fages e outro de Claude Antoine. Em 1970, Glauber Rocha rodou, na região da Catalunha, o filme "Cabeças Cortadas”.

 

Voltou ao Brasil, mas o crescimento da repressão o desestimulou. Em 1971 Glauber partiu para o exílio. Na Universidade Columbia, em Nova York, apresentou a tese "Eztetyka do Sonho". No Chile filmou um documentário sobre os brasileiros exilados, que não foi concluído.

 

Glauber Rocha foi um cineasta controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor. Para o poeta Ferreira Gullar, "Glauber se consumiu em seu próprio fogo".

Glauber faleceu de problemas broncopulmonares, aos 42 anos.

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Diretor e roteirista nascido em Niterói em 1938, começou escrevendo críticas para jornais diários. Em 1963, conheceu Glauber Rocha, que o convidou para fazer assistência de direção em Deus e o Diabo na

Terra do Sol. 

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Seu primeiro longa-metragem foi “Menino de Engenho”, uma adaptação do romance de José Lins do Rêgo. Fez em seguida “Brasil Ano 2000”, Urso de Prata do Festival de Berlim e Concha de Ouro no Festival de Cartagena; e “Na Boca da Noite”. 

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Entre 1973 e 1978, dirigiu documentários para a televisão, como “Os índios Kanela”. 

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Em 1977, concluiu o longa-metragem “A Lira do Delírio”, prêmio de melhor filme no Festival de Brasília. Fez em seguida dois trabalhos originalmente destinados à televisão que tiveram versões para cinema: “Joana Angélica” e “Chico Rei”, série de oito episódios para a televisão alemã com versão reduzida para o cinema finalizada em 1985. 

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Em 1983 fez “Inocência”, prêmio de direção em Brasília e prêmio Coral no Festival de Havana; em seguida, “Ele,o Boto”.

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Nos anos 1990 dirigiu, sob encomenda de um produtor americano, “O Monge e a Filha do Carrasco” e pouco depois fez “A Ostra e o Vento”, baseado no livro de Moacir C. Lopes, selecionado para a competição do Festival de Veneza.

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Em 2003, realizou o documentário em curta-metragem “Thomas Farkas” e, em 2005, filmou o longa-metragem de ficção “Os Desafinados” que estreou em 2008.

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Tem ministrado cursos de direção de atores e assistência de direção para cinema no Rio de Janeiro.

 

Atualmente é professor no curso de Direção Cinematográfica da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, e na

Pontifícia Católica Universidade (PUC-Rio), no Rio de Janeiro.

Walter Lima Jr.

Nascido no Rio de Janeiro em 1932, Paulo Cesar Saraceni Foi um dos mentores do movimento Cinema Novo, ao lado de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, entre outros.

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Nos anos 1950, foi crítico de cinema e assistente de direção teatral. Começou a dirigir curtas-metragens em 1957. Estudou no Centro Experimental de Cinema, em Roma.

 

O Festival do Rio BR 2000 apresentou uma retrospectiva de sua obra e em 2001 Saraceni realizou três filmes para a RAI - TV italiana: “Fórum Mundial de Porto Alegre”, “Movimento dos sem-terra” e “Garrincha”.

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Ao longo de sua extensa carreira como diretor fez alguna dos filmes mais importantes do cinema brasileiro como Cronica da Casa Assassinada, O Desafio e O Gerente.

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Paulo Cesas Saracenni faleceu em abril de 2012.

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Paulo Cesar Saraceni

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